domingo, 30 de agosto de 2009

Obrigado por fumar

Sempre me interessei em saber como a Souza Cruz, a maior fabricante de cigarros do país, pensa suas estratégias de responsabilidade socioambiental. Afinal, para uma empresa cujo produto principal está na mira de leis restritivas pipocando mundo afora - e justamente por questões ligadas à saúde humana - isso certamente deve ter algum grau adicional de dificuldade.

Pois eis que encontro, em um seminário recente da área socioambiental (a Souza Cruz, ao lado da Petrobras, está virando "arroz de festa" no patrocínio desses eventos), uma pessoa da empresa com conhecimento para me contar a respeito dessas estratégias. Por se tratar de conversa informal, prefiro não revelar seu nome.
Em resumo, o que ela me disse é: além da preocupação com uma maior transparência sobre o cigarro e seus riscos - e o apoio a diversos projetos sociais (não encontrei nenhum deles relacionado à entidades de combate ao câncer, algo que sempre achei bem sui generis) - a empresa investe em pesquisa e desenvolvimento para tornar o cigarro um produto... sustentável.


Fiquei surpreso. Sustentável? Mas como? "Fazendo um produto cada vez menos prejudicial para a saúde do consumidor. E quem sabe um dia encontremos um cigarro que não faça mal algum", respondeu ela, sem perder a simpatia. Confesso que aquilo me surpreendeu. De certa forma, ela tinha razão: já que existem pessoas que gostam de fumar, e olha que isso é hábito antigo na Humanidade, que fumem algo minimamente saudável, embora a expressão mais correta aqui seria algo como "minimamente prejudicial".
De qualquer forma, eis um assunto difícil de julgar.


A respeito do assunto, recomendo o link de responsabilidade social da Souza Cruz (onde se lê frases do tipo: "As dúvidas surgem principalmente dos setores da sociedade que, em virtude das restrições que fazem ao produto, acabam por colocar em xeque a própria capacidade da Souza Cruz de agir como uma empresa ética e socialmente responsável (...)").


E também o filme Obrigado por Fumar (Thank You for Smoking), de 2005, imperdível para quem gosta desse controverso assunto.