segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pérola

Pergunta: "Bom dia, gostaria que o senhor me explicasse qual a é a pegada de carbono da empresa e o que ela tem feito para mitigar suas próprias emissões de gases?"

Resposta (com um certo desprezo): "Como mostrei antes, tratamos de praticamente 100% dos nossos resíduos industriais, e por sermos uma empresa de remédios, não temos emissões de gases ou de carbono, como as petrolíferas".

Aconteceu recentemente. E a pessoa discursava justamente sobre as práticas de sustentabilidade da empresa (de grande porte e exportadora) em um evento da área.

Toda empresa - assim como toda pessoa - tem uma pegada de carbono. Conhecê-la é o primeiro passo para reduzir as próprias emissões.

Infelizmente, pouca gente sabe disso.

domingo, 30 de agosto de 2009

Obrigado por fumar

Sempre me interessei em saber como a Souza Cruz, a maior fabricante de cigarros do país, pensa suas estratégias de responsabilidade socioambiental. Afinal, para uma empresa cujo produto principal está na mira de leis restritivas pipocando mundo afora - e justamente por questões ligadas à saúde humana - isso certamente deve ter algum grau adicional de dificuldade.

Pois eis que encontro, em um seminário recente da área socioambiental (a Souza Cruz, ao lado da Petrobras, está virando "arroz de festa" no patrocínio desses eventos), uma pessoa da empresa com conhecimento para me contar a respeito dessas estratégias. Por se tratar de conversa informal, prefiro não revelar seu nome.
Em resumo, o que ela me disse é: além da preocupação com uma maior transparência sobre o cigarro e seus riscos - e o apoio a diversos projetos sociais (não encontrei nenhum deles relacionado à entidades de combate ao câncer, algo que sempre achei bem sui generis) - a empresa investe em pesquisa e desenvolvimento para tornar o cigarro um produto... sustentável.


Fiquei surpreso. Sustentável? Mas como? "Fazendo um produto cada vez menos prejudicial para a saúde do consumidor. E quem sabe um dia encontremos um cigarro que não faça mal algum", respondeu ela, sem perder a simpatia. Confesso que aquilo me surpreendeu. De certa forma, ela tinha razão: já que existem pessoas que gostam de fumar, e olha que isso é hábito antigo na Humanidade, que fumem algo minimamente saudável, embora a expressão mais correta aqui seria algo como "minimamente prejudicial".
De qualquer forma, eis um assunto difícil de julgar.


A respeito do assunto, recomendo o link de responsabilidade social da Souza Cruz (onde se lê frases do tipo: "As dúvidas surgem principalmente dos setores da sociedade que, em virtude das restrições que fazem ao produto, acabam por colocar em xeque a própria capacidade da Souza Cruz de agir como uma empresa ética e socialmente responsável (...)").


E também o filme Obrigado por Fumar (Thank You for Smoking), de 2005, imperdível para quem gosta desse controverso assunto.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Os três mandamentos de Marina

A verdadeira confusão política gerada pelo convite para a senadora Marina Silva se candidatar à Presidência em 2010 pelo Partido Verde (deixando o PT) traz, entre tantos outros já destacados, três ensinamentos importantes:


1) A plataforma ambiental tem, sim, aderência junto a uma parcela importante do eleitorado. E tanto Serra quanto Dilma terão de correr atrás do tempo para se credenciar nesse quesito, no qual são vistos com total desconfiança pelos formadores de opinião.

2) A possibilidade de Marina abraçar uma estratégia de transformar o Brasil em potência ambiental extrapola bastante a simpatia de ambientalistas e acadêmicos. Tem muito empresário de peso por aí apoiando abertamente a idéia - que nunca avançou no governo Lula. Em breve, isso ficará mais explícito.

3) O rebuliço causado pela indicação da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente começa a atrair a atenção de outros políticos interessados em abocanhar esse vazio político que até agora ninguém preencheu. Atenção especial deve ser dada aos movimentos de Aécio Neves em Minas Gerais nesse sentido.




segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Novas idéias, novos ideais

Fritjof Capra não faria melhor...


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Empresas planejam adaptação climática

"No momento em que grandes empresas começam a planejar ações de mitigação para conter o aquecimento global, sobretudo as relacionadas à emissão dos gases-estufa, especialistas começam a levantar uma bandeira que deve ter importância crescente para o mundo corporativo nos próximos anos: o ajuste da economia e da sociedade para os eventos climáticos que já não podem ser evitados. É o que os cientistas chamam de "adaptação".

Secas fora de época, tempestades com elevado poder de destruição e ondas de calor alterando as correntes atmosféricas são alguns desses eventos, quase sempre com impactos econômicos e sociais significativos nas regiões afetadas. Como fogem de padrões históricos, são praticamente impossíveis de prever com precisão. E se tornaram uma verdadeira dor de cabeça para setores como a agricultura, as indústrias de seguros e de energia.

"Há uma tendência entre os cientistas de que os esforços hoje deveriam ser mais canalizados para a questão da adaptação do que da mitigação. É como concentrar esforços para tirar um paciente da UTI e depois ver o que é possível fazer em seu tratamento", explicou à Folha o pesquisador titular sênior do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) Enio Bueno Pereira." (...)

Leia a íntegra da coluna publicada na Folha de S. Paulo em:

http://www.agsolve.com.br/noticia.php?cod=2354