sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dia Mundial do Meio Ambiente

Bom, hoje é dia mundial do meio ambiente. Fiquei pensando o que escrever a respeito, talvez algumas dicas de preservação, de consumo responsável... Achei melhor apresentar uma tendência mais macro relacionada ao tema. Uma tendência que, a meu ver, é irreversível. E ela se chama:

"Economia de baixo carbono"

Prepare-se para ouvir cada vez mais esse assunto. Quando as pessoas falam "carbono", "emissão de carbono", etc , querem dizer "gases causadores do efeito estufa". Entre eles, o carbono é hoje o principal. Pois bem, esses gases são a causa do tal aquecimento global. Na atmosfera, o carbono permite que a luz do sol chegue a Terra, mas não deixa que o calor gerado por essa luz saia.

Resultado: mais calor e um efeito semelhante a uma estufa no planeta. Quanto mais carbono os humanos emitem na atmosfera (carros, indústrias, etc), mais calor. E mais riscos de grandes alterações climáticas, atingindo especialmente as faixas litorâneas, onde está concentrado o grosso da população mundial.

O que fazer? O óbvio: reduzir a emissão desse tal de carbono, ou melhor, dos gases do efeito estufa. Hoje há um tímido, mas crescente, movimento de governos e empresas nesse sentido. Afinal, eles olham para o futuro e percebem: - Meus Deus, se a raça humana acabar, não teremos mais eleitores! Nem para quem vender!

Com esse impulso, coisas bacanas vêm acontecendo. A definição de metas de emissão para a indústria automobilística nos Estados Unidos, por exemplo, é histórica. A busca de fontes renováveis de energia (água, celulose, etanol) para substituir fontes fósseis, como petróleo e carvão, que são responsáveis por grande parte das emissões no planeta, é outro.

E quem não tem como reduzir sua própria emissão? Claro que existem casos em que reduzir a emissão significa, por exemplo, cortar a produção, demitir funcionários. Ninguém quer isso. Criou-se então um mecanismo de créditos de carbono, que podem ser adquiridos como forma de compensar as emissões. É simples: alguém planta árvores que capturam o carbono na atmosfera, e pode vender esse "crédito" para que empresas e países cumpram suas metas de emissão ou de redução das emissões.

Quando você vê um selo "carbon free" ou "carbon neutral", isso quer dizer que aquele produto ou evento neutralizou suas emissões de gases com a compra ou com a geração própria de créditos de carbono. Na Europa, esse tipo de selo já é comum na rotulagem de produtos. Por aqui a coisa está começando, com direito a alguns exageros, como desfiles de escola de samba neutros em carbo.

Alguém pode perguntar: mas poxa, se isso (o aquecimento global) está acontecendo e representa risco para nossa sobrevivência como espécie, por que não estamos todos procurando - e cobrando - a redução imediata dessas emissões de gases?

Bom, esse talvez seja o maior obstáculo que temos pela frente: não vemos os efeitos disso no nosso dia a dia. Há quem diga que alguns eventos climáticos já são causados pelo aquecimento global, mas de certo mesmo só sabemos que há uma elevação das temperaturas médias do planeta e que isso vem afetando as calotas nos pólos, os glaciares e alguns pobres ursos polares.

Para piorar, há até quem duvide do aquecimento global causado pela emissão de gases dos seres humanos. E nem é por maldade. A questão climática é uma das ciências mais desconhecidas e controversas no meio científico.

É hora de pensar a respeito. Nesse debate, o melhor argumento até agora é o mesmo que vale para tudo na vida: na dúvida, pare, veja o que está acontecendo e então se mova.