quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Passos
A julgar pelo ritmo de avanço na COP-15, ganha força a tese de que será mesmo o mercado a grande mola propulsora para as mudanças relacionadas ao clima nos próximos anos, especialmente no setor corporativo. Assim como no comércio exterior.
Enfraquecida a possibilidade de um grande acordo global, governos passam a centrar esforços em acordos bilterais e regionais, segundo interesses e pressões específicas. Assim como no comércio exterior.
A participação dos governos se dá mais ativamente em diferentes graus e linhas de regulação, criando uma colcha de retalhos jurídica que, geralmente, mais atrapalha do que ajuda. Assim como no comércio exterior.
O sonho de um grande acordo global não morre, mas se afasta dos centros de decisão dos governos e vira assunto para diplomatas. Assim como no comércio exterior.
Ao menos Copenhague é bem mais charmosa do que Doha.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Sofisma
O número me chamou a atenção. E parece pouco condizente com a realidade. Por exemplo: numa conversa recente com o pessoal do Centro de Sustentabilidade da FGV-SP, eles me contaram que o número de empresas brasileiras que hoje conhece suas próprias emissões de gases - ou seja, que tem inventários - não chega a duas centenas. Praticamente todas de grande porte.
Ao conferir a Sondagem, notei o detalhe que pode explicar esse constraste: "A medida mais realizada ou pretendida pelas indústrias é o uso eficiente da energia, assinalada por 75% das empresas."
Bom, usar a energia de maneira eficiente é um ótimo meio para a redução das emissões. Agora, cá entre nós, alguém acredita que tantas empresas fizeram isso pensando pensando nas suas próprias emissões? Para mim, trata-se de um sofisma, uma meia-verdade.
Prova de que é preciso ter muito cuidado com números e pesquisas relacionadas ao tema, que só tendem a crescer. Afinal, como já se disse antes, o papel aceita tudo.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Grande Nó
Alguém se lembra do tempo em que andar com os amigos de carro, simplesmente isso, era um programaço? Ou de quando era possível agendar horários em diferentes lugares da cidade?
Que tal andar um pouco de bike?
Pode ser um trechinho pequeno: da sua casa até a padaria da esquina. Ninguém precisa virar bike runner de uma hora pra outra. Além de saudável, o efeito de mais ciclistas nas ruas, mesmo que em trajetos mínimos, seria formidável!
Dia desses ouvi uma sugestão ótima para a Prefeitura: façam pistas de bike nos canteiros centrais das Av. Paulista, Faria Lima, Brasil, Pacaembú, a exemplo daquele ótimo trechinho da Sumaré. Com respeito aos pedestres, todo mundo ficaria numa boa.
Outra coisa legal: cada vez mais bicicletários na cidade. Notem como isso vem crescendo, inclusive com investimento social do setor privado (essa coisa de bike sempre pega bem).
Andar de bike e viajar com ela no metrô, no fim de semana, também é sensacional! Chegar no centrão, aquele lugar lindo... (tem gente preparando um roteiro para esse público, tomara que fique bom).
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Casas de Açúcar ou Pão Bahia

O grupo comandado pela família Diniz tem uma política de sustentabilidade sólida, adotada há anos, e em boa medida integrada às estratégias de negócios. Já as Casas Bahia, nesse quesito, ainda engatinham.
É um dilema inevitável em todo grande negócio de fusão ou aquisição, sobretudo quando as empresas possuem culturas de sustentabilidade completamente diferentes.
Um bom exemplo desse desafio, hoje, é o do Grupo Santander Brasil, que corre atrás do tempo para alcançar a credibilidade do Banco Real no quesito sustentabilidade.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Educação exige presença do setor privado
"O direito à educação não é garantido hoje para milhões de pessoas no mundo e dificilmente conseguiremos cumprir essa meta nesses próximos seis anos. Isso ocorre porque a educação do século 21 exige investimentos cada vez mais complexos, que muitas vezes os Estados não dão conta de suprir", disse a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, lembrando que a crise global afetou de maneira significativa o financiamento público à educação em diversos países. (...)
Veja a íntegra da coluna publicada originalmente na Folha em:
www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u656960.shtml
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Governo quer estimular a fabricação de carros menos poluentes
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nessa semana a criação de um grupo de trabalho no governo com o objetivo de incentivar fabricantes de automóveis a trazer para o Brasil projetos que se preocupem com o meio ambiente. O grupo será composto pelos ministérios da Fazenda, Desenvolvimento, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia.
A idéia do governo é incentivar o uso de energias renováveis e aperfeiçoar os motores flex (movidos a álcool e gasolina), reduzindo suas emissões e estimulando a produção de carros mais modernos, como os movidos a energia elétrica ou híbridos.
O ministro anunciou ainda medidas de incentivo fiscal para automóveis com motores flex e os movidos exclusivamente a álcool, que ganharão mais quatro meses de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), também com o objetivo de estimular a produção de veículos menos poluentes.
Segundo Mantega, o grupo de trabalho vai produzir o primeiro relatório de resultados no final de março de 2010, quando os novos incentivos fiscais aos carros flex terminarão.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Terra de Contrastes
Essas são algumas das impressões deixadas no Qatar, país em forma de verruga que nasce na Arábia Saudita e se estende sobre o Golfo Pérsico. Sua capital, Doha, é mais conhecida do que o próprio país, pelas negociações internacionais de comércio exterior que tiveram a cidade como palco. Foi ali que aconteceu o World Innovation Summit for Education, ou simplesmente “Wise”, um termo em inglês incrivelmente parecido nas mais diferentes línguas presentes no evento.
Doha é uma cidade em obras. Assim como a vizinha Dubai (o emirado mais famoso dos Emirados Árabes), invade pedaços gigantescos de mar com obras faraônicas, concentra parte relevante dos grandes guindastes da construção civil no mundo e tem luxo, de sobra, em tudo quanto é lado.
Só não tem, a exemplo de Dubai, vida ou identidade própria. É como passear em uma cidade cenográfica, onde praticamente tudo é lindo, mas falta alguma coisa. Uma história, umas pessoas. Realmente, algo difícil num lugar em que todas as construções parecem ter menos de cinco anos.
Particularmente, achei chocante o contraste entre tamanha opulência e a realidade de grande parte dos trabalhadores. São milhões de paquistaneses, filipinos, indianos e demais povos da região, cujas vidas se restringem a um único ponto: trabalhar, trabalhar e trabalhar.
O mesmo parece ocorrer com a educação. De um lado, acordos com as mais renomadas universidades americanas e européias, em prédios dignos de contos árabes. Restrita, no entanto, a poucos. De outro, pessoas simplesmente excluídas, nada mais que isso.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Entrevista - Lester Brown

Em uma bateria de entrevistas para a imprensa local, invariavelmente de paletó sem gravata e vistosos tênis brancos, conversou com a repórter Marina Matos, que estréia em grande estilo sua participação neste blog. Confira:
Marina - As últimas semanas reforçaram o ceticismo sobre um acordo climático global na reunião de Copenhague, em dezembro. Qual será o efeito disso?
Lester Brown - Algumas das coisas mais importantes acontecendo no mundo hoje, sobre o clima, não tem nada a ver com Copenhague ou com governos. Por exemplo: a expansão das usinas eólicas no Texas, estado não exatamente conhecido por seu perfil ambiental. Ou a compra de energia solar do norte da África por empresas européias. O interessante dessas ações é que todas elas são extremamente importantes do ponto de vista climático. E não têm nenhuma participação direta de governos.
Ou seja, é possível avançar mesmo sem grandes acordos...
Por definição, a negociações internacionais sobre acordos climáticos não têm resultados muito audaciosos. Nenhuma delegação quer fazer mais do que as outras, e todas querem mostrar o máximo fazendo o mínimo. Eu tenho a sensação de que muitas das coisas que tem de ser feitas serão conduzidas por forças independentes dos governos. Acredito mais no que já está sendo feito pelos países e por acordos bilaterais do que em um grande acordo global.
O mercado é uma força “sustentável” nesse sentido?
O problema do mercado é sua falta de honestidade. Ele não diz a “verdade ecológica”. Não diz que, quando nós queimamos um barril de gasolina, pagamos pelos custos de produção, refino e distribuição, mas não os custos dos impactos climáticos dessa produção, como o da emissão de CO2. Esses são custos que num futuro próximo podem ser maiores do que o da própria produção de gasolina. Isso tudo leva o mercado a pensar que combustíveis fósseis são baratos quando comparados a outras fontes de energia renováveis, o que não é verdade.
O que pode ser feito?
As mudanças climáticas são resultado de um grande fracasso de mercado. Portanto, o que deve ser feito é reduzir os impostos sobre o trabalho e a renda e aumentar a taxação sobre esses custos ambientais, como as emissões de carbono. Aqui sim, os governos podem fazer a diferença. Enquanto isso, o setor privado aumenta sua pressão, sobretudo com as grandes empresas. Veja o caso do Wal-Mart: as grandes redes varejistas têm um poder de influência enorme sobre os fornecedores, maior até que o dos consumidores. Isso está se tornando finalmente um modelo estabelecido.
Há um gatilho climático ou econômico que obrigará o mundo a adotar o “Plano B” de que trata o livro?
Esperamos gatilhos de ordem climática que podem provocar profundas transformações econômicas e sociais, algo semelhante ao que o ataque à Pearl Harbor representou para a economia americana há décadas atrás. Mas ainda não sabemos ao certo. Se perguntarmos para os cientistas, a maioria deles provavelmente falaria do derretimento das calotas polares, um fenômeno que, se ocorresse em sua totalidade, faria com que os oceanos se elevassem em cinco metros, com profundos impactos nas regiões litorâneas. Se um pedaço grande dessas calotas derretesse, já seria o suficiente para que ocorresse uma elevação assustadora do nível dos oceanos.
Uma provocação: as novas tecnologias em desenvolvimento, por exemplo as de sequestro de carbono na atmosfera, não podem alterar completamente a urgência que é citada em seu livro?
Eu não tenho muita confiança em tecnologias de sequestro de carbono. As indústrias vêm falando disso há anos e quase nada está acontecendo de fato. A grande questão aqui é que é bastante improvável que algo comercialmente viável seja feito antes 2020, assim como em outras tecnologias semelhantes. Ou seja: até lá, nosso tempo pode ter se acabado.
Notícia importante
"Ministros de Meio Ambiente e representantes de 24 países fecharam um acordo, neste sábado (31/10), em Barcelona, para a criação de um fundo internacional de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, em que os países desenvolvidos vão ajudar os em desenvolvimentos nas ações para mitigação do aquecimento global. Participaram do encontro representantes dos principais países que estarão na Convenção do Clima (COP-15), em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.
O fundo será financiado pelos países desenvolvidos, levando em conta o princípio do protocolo de Kyoto de responsabilidades diferenciadas para nações ricas e pobres. Então, ficou acertado que os países desenvolvidos vão dar dinheiro ao fundo de adaptação, e os em desenvolvimento ficam com o compromisso de investir diretamente em ações de combate às alterações do clima no próprio território. " (...)
Link: http://www.mma.gov.br/
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Acordos bilaterais sobre o clima avançam
Essa é a síntese das expectativas majoritárias em relação à reunião de Copenhague (COP-15), em dezembro, na qual os países levarão suas propostas de corte das emissões de gases do efeito estufa em busca de um acordo multilateral para a redução do aquecimento global. Nos últimos dias, após breve intervalo de ânimo gerado por iniciativas como a do Japão, que anunciou metas de redução ambiciosas, ou das manifestações do setor privado cobrando ousadia nas propostas dos governos, as expectativas de sucesso para a reunião de Copenhague voltaram a azedar.
A falta de sinais claros sobre a legislação norte-americana que estabelece tetos para as emissões, cuja tramitação enfrenta forte resistência no Senado, reforçam esse quadro de ceticismo. Assim como declarações de lideranças que participaram das reuniões preparatórias para a COP-15, como a do presidente da Comissão do Clima da ONU, Ivo de Boer, que criticou abertamente a falta de progressos na reunião de Bancoc, realizada no começo do mês.
"Está ficando claro que não vamos chegar a um acordo climático amplo em Copenhague. Nenhuma delegação quer fazer mais do que as outras. E todas procuram mostrar o máximo com o mínimo", resumiu à Folha o economista americano Lester Brown, considerado uma das vozes mais influentes no tema da sustentabilidade." (...)
Confira a íntegra da coluna publicada na Folha em: http://www.abrace.org.br/port/noticias/ler.asp?id=12882
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Mercado financeiro ignora onda sustentável
A surpresa veio do fato de os investidores serem um grupo geralmente discreto nesse debate. A velocidade com que a sustentabilidade (na qual a questão climática ocupa hoje papel central) vem sendo incorporada nas estratégias de negócios das empresas, inclusive nos bancos, contrasta com a percepção média sobre o tema no mercado financeiro.
"É um paradoxo. Ao mesmo tempo em que o mercado financeiro praticamente ignora essas questões, o setor produtivo e as cadeias varejistas passam a tê-las como exigências cada vez mais presentes", afirma o professor Ricardo Abramovay, da FEA-USP."Veja o caso da carne rastreada na Amazônia. A decisão das grandes redes varejistas de suspender a compra dos produtos e de instituições como o IFC [International Finance Corporation] de cancelar os financiamentos quase gerou a falência de algumas das empresas envolvidas", afirma. (...)"
Veja a íntegra da última coluna publicada na Folha em: http://www.portaldoeconomista.org.br/noticias/mercado-financeiro-ignora-onda-sustentavel.html
Confira a íntegra do documento citado no começo da matéria em: http://www.ceres.org/Document.Doc?id=495
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Empresas cobram posição do governo sobre meta climática
No Brasil, a fila começou a ser puxada no final do mês passado, quando um grupo de 22 empresas encabeçadas pela Vale (entre elas Aracruz, Votorantim, OAS, Grupo Orsa e Pão de Açúcar) lançou a "Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas", manifesto no qual assume compromissos de redução de emissões e cobra do governo um papel de liderança nessa discussão.
Ao documento, concebido em parceria com o Fórum Amazônia Sustentável e o Instituto Ethos, seguiram-se uma série de outros, de conteúdo semelhante, como o do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), assinado por empresas como Bradesco, Gerdau, Nestlé, Philips e Petrobras, entre outras. Ou o da Aliança Brasileira pelo Clima, que teve como signatários 14 entidades representativas do agronegócio e da bioenergia.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) também divulgam nos próximos dias um documento conjunto com a posição oficial da indústria sobre as questões que serão debatidas na COP-15. Tantas manifestações e pedidos de assinatura chegaram a confundir os próprios empresários, que a partir de determinado momento não sabiam mais qual documento estava "valendo" ou qual era o "quente", segundo relatou um deles.(...)
Leia íntegra da coluna publicada na Folha em:
http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?cod=584668
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Energia Espacial

Veja, por exemplo, a corrida das fontes renováveis de energia: o etanol da cana-de-açucar prometia ser o novo petróleo "verde" do planeta, mas aí começaram a aparecer pesquisas com o etanol celulósico, muito mais eficiente e mais "verde" também.
Com dinheiro para pesquisas, surge uma série de outras opções, algumas inclusive bastante exóticas e revolucionárias. Como, por exemplo, simplesmente captar a energia solar gerada no Espaço.
Parece loucura? Pois então acesse esse site: http://www.spaceenergy.com/
domingo, 20 de setembro de 2009
Um tema bem complicado
A Lei de Cotas (artigo 93 da lei 8.213, de julho de 1991) diz que empresas com mais de cem funcionários têm que contratar um percentual mínimo de deficientes, de 2% a 5% de seus quadros, de acordo com seu porte. Apesar de sujeitas a multa, são raras as empresas que cumprem essa determinação.
Segundo levantamento do Espaço da Cidadania, a partir de dados do Ministério do Trabalho e Emprego, a média de cumprimento da lei no país em 2008 foi de apenas 15,4%. Em São Paulo, Estado com o maior índice de cumprimento, esse número chega a 39,7%. Em Santa Catarina, na Paraíba e em Roraima, fica abaixo de 3,5%.
Embora a lei seja considerada um avanço no processo de inclusão dos deficientes na sociedade, os números mostram que seu objetivo ainda está longe de ser alcançado.Os motivos geram controvérsia. Há quem afirme que a falta de informação e o preconceito ainda são os grandes empecilhos para que as empresas contratem mais deficientes. E há quem alegue que faltam profissionais no mercado de trabalho, sobretudo os com alguma qualificação. (...)"
Leia a íntegra da matéria publicada na Folha no próprio jornal ou no clipping:
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/9/8/mercado-ainda-resiste-a-cota-para-deficientes )
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Pérola
Resposta (com um certo desprezo): "Como mostrei antes, tratamos de praticamente 100% dos nossos resíduos industriais, e por sermos uma empresa de remédios, não temos emissões de gases ou de carbono, como as petrolíferas".
Aconteceu recentemente. E a pessoa discursava justamente sobre as práticas de sustentabilidade da empresa (de grande porte e exportadora) em um evento da área.
Toda empresa - assim como toda pessoa - tem uma pegada de carbono. Conhecê-la é o primeiro passo para reduzir as próprias emissões.
Infelizmente, pouca gente sabe disso.
domingo, 30 de agosto de 2009
Obrigado por fumar

quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Os três mandamentos de Marina

segunda-feira, 10 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Empresas planejam adaptação climática
Secas fora de época, tempestades com elevado poder de destruição e ondas de calor alterando as correntes atmosféricas são alguns desses eventos, quase sempre com impactos econômicos e sociais significativos nas regiões afetadas. Como fogem de padrões históricos, são praticamente impossíveis de prever com precisão. E se tornaram uma verdadeira dor de cabeça para setores como a agricultura, as indústrias de seguros e de energia.
"Há uma tendência entre os cientistas de que os esforços hoje deveriam ser mais canalizados para a questão da adaptação do que da mitigação. É como concentrar esforços para tirar um paciente da UTI e depois ver o que é possível fazer em seu tratamento", explicou à Folha o pesquisador titular sênior do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) Enio Bueno Pereira." (...)
Leia a íntegra da coluna publicada na Folha de S. Paulo em:
http://www.agsolve.com.br/noticia.php?cod=2354
terça-feira, 7 de julho de 2009
terça-feira, 30 de junho de 2009
Cresce rigor para sustentabilidade na Bolsa
As mudanças guardam relação direta com a crise financeira global. No Brasil, diversas empresas registraram perdas significativas ao apostar na tendência de enfraquecimento do dólar diante do real no mercado de derivativos. Entre os casos mais célebres, estão os da Sadia, da Aracruz Celulose e do Grupo Votorantim, que amargaram perdas bilionárias quando o dólar, na esteira da crise, inverteu o sinal e passou a se valorizar diante do real.
A remuneração de bônus milionários a executivos de empresas que praticamente faliram em razão da crise, como a seguradora AIG, nos Estados Unidos, também foi alvo de intenso debate aqui e no exterior.
"Com os desdobramentos da crise, as questões relacionadas à política de riscos na área financeira e às regras de remuneração dos executivos assumiram maior relevância na análise sobre quão sustentáveis são as empresas", disse à Folha a coordenadora dos trabalhos de revisão do ISE, Roberta Simonetti, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-SP.
(Confira a íntegra da coluna publicada hoje na Folha em: http://www.felsberg.com.br/info_clipping_conteudo.asp?i=38945&desc=if)
GRI: Empresas ainda não incorporam sustentabilidade
A opinião é do holandês Ernst Ligteringen, presidente mundial da Global Report Initiative (GRI), organização responsável pela elaboração das normas e diretrizes mais utilizadas no mundo para a publicação dos balanços sociais e relatórios de sustentabilidade das empresas. De passagem pelo Brasil, o executivo concedeu na semana passada a seguinte entrevista:
As empresas brasileiras estão divulgando corretamente suas ações de sustentabilidade?
Ernst Ligteringen - Na América Latina, o Brasil é o líder em publicações, com mais de 60 relatórios anuais. Em termos de qualidade, no entanto, o País ainda reflete o que vemos em outras partes do mundo: uma grande disparidade. Há empresas lideres, que estão integrando seu gerenciamento de sustentabilidade a prática dos negócios e se distinguindo estrategicamente por isso. Há um grande número de empresas que estão progredindo gradualmente, que estão no caminho de descobrir como utilizar seus relatórios de uma maneira mais estratégica. E há também aquelas empresas que fazem o relatório somente porque acham que será bom para sua reputação.
Como diferenciar esses grupos?
Ligteringen - Temos de olhar para as práticas de negócios, saber se o relatório está verdadeiramente integrado à estratégia da empresa. Pode se perceber, por exemplo em um banco, se eles apenas montaram uma equipe para fazer um relatório ou se realmente identificam a quem estão dando crédito, sob que condições, se eles realmente coletam dados sobre o impacto de sua política de empréstimos, etc. Um banco que age assim é muito diferente de um banco que não tem qualquer política e simplesmente junta palavras para publicar um relatório de sustentabilidade.
Em alguns países já é obrigatório publicar relatórios de sustentabilidade. Isso é importante ou o desenvolvimento deve ser espontâneo?
Ligteringen - Até agora o crescimento têm ocorrido majoritariamente numa base voluntária. A KPMG identificou que, em 22 países, aproximadamente três mil empresas relatam suas práticas. Mas existem pelo menos 72 mil multinacionais. Mas se olharmos por volume, das 250 maiores empresas do mundo, aproximadamente 80% produzem relatórios. De qualquer forma, é importante ampliar a base. E o que a lei deveria fazer é determinar um mínimo do que tem de ser relatado pelas empresas. Nossa expectativa é de que as empresas publiquem relatórios, e quem não quiser ou não puder fazê-lo explique o porquê. Isso foi introduzido na Dinamarca recentemente, e até certo ponto, aplicado no Reino Unido.
Como o cidadão tem aceso a toda essa informação?
Ligteringen - A maioria das empresas publicam seus relatórios nos sites. Mas o futuro mesmo são os sistemas de busca na internet, porque a maioria das pessoas não está morrendo de vontade de ler relatórios de sustentabilidade. Elas geralmente têm questões específicas: “eu ouvi dizer que esta empresa está envolvida com trabalho infantil...” ou “como posso saber se os produtores de etanol estão de fato parando de realizar queimadas antes das colheitas de cana?” Pesquisas indicam que há uma expectativa de que qualquer empresa responsável tenha esse tipo de informação disponível. De que esteja acessível quando um investidor, um empregado ou um cidadão tem uma dúvida. Isso dá confiabilidade à empresa, principalmente quando há informações sólidas e balanceadas, quando a empresa é honesta e relata não só os pontos fortes, mas também os aspectos em que precisa melhorar.
Como esse leitor reage ao ler os relatórios?
Ligteringen - Nossas pesquisas indicam que 82% das pessoas formam uma imagem mais positiva da empresa quando encontram esse tipo de informação. Muitas companhias tentam fazer o leitor acreditar que estão criando um tipo de paraíso na Terra, só fazendo o bem. Nenhum leitor acredita nisso. As pessoas hoje têm questões, geralmente estão cientes de quais são os pontos críticos, e buscam uma informação balanceada. É isso o que ajuda a empresa a ganhar a confiança das pessoas.
(André Palhano e Iuri Ribeiro)
terça-feira, 16 de junho de 2009
Ar
http://www.carros-tunados.com/blog/curioso/carro-movido-a-ar
Quem é quem
Os índices, que estão sendo debatidos, serão semelhantes a notas para cada área. Por exemplo: uma empresa X pode ter nota 8 no quesito ambiental. E 4 no quesito de direitos humanos.
"A idéia é criar um mecanismo para referenciar a sociedade sobre o grau de responsabilidade das empresas, permitindo comparações em três camadas: das empresas entre si, das empresas com os benchmarks em cada área e das empresas dentro de seu setor", explicou o presidente do Ethos, Ricardo Young, durante o Ciethos 2009.
Para o bom entendedor...
"No Ministério chamamos o (Carlos) Minc de 'Indiana Minc', tamanha a sua disposição para participar pessoalmente das ações de combate ao desmatamento e crimes ambientais. Ele vai junto mesmo"
"Nós não estamos dormindo no ponto. Fico entristecida com a opinião pública sobre a política ambiental brasileira. Temos muitos avanços que não estão sendo reconhecidos"
(sobre a MP 458) "Brasília não é a capital dos ambientalistas, é a capital dos lobbies que atuam no Congresso. É com esses gigantes que estamos lutando"
"O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que assessora o presidente da República, acabou de produzir um relatório de mais de 250 páginas sobre como sair da crise. A única menção que há no relatório sobre o meio-ambiente fala da bioenergia e do etanol. O presidente ouve a sociedade. E a sociedade também precisa mudar"
"No Brasil todo mundo é a favor do meio ambiente. Até que ele contrarie algum interesse"
O problema é nosso!
A opinião é do presidente do Conselho de Administração da Sadia-Perdigão, Luiz Antonio Furlan, que participou nesta manhã da Conferência Internacional Ethos (Ciethos), em São Paulo.
Os números apresentados por Furlan reforçam esse argumento: o mercado interno representa 64% do consumo da madeira produzida na Amazônia. Para a carne, principal causa do problema na região, esse número sobe para 95%.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Dia Mundial do Meio Ambiente
"Economia de baixo carbono"
Prepare-se para ouvir cada vez mais esse assunto. Quando as pessoas falam "carbono", "emissão de carbono", etc , querem dizer "gases causadores do efeito estufa". Entre eles, o carbono é hoje o principal. Pois bem, esses gases são a causa do tal aquecimento global. Na atmosfera, o carbono permite que a luz do sol chegue a Terra, mas não deixa que o calor gerado por essa luz saia.
Resultado: mais calor e um efeito semelhante a uma estufa no planeta. Quanto mais carbono os humanos emitem na atmosfera (carros, indústrias, etc), mais calor. E mais riscos de grandes alterações climáticas, atingindo especialmente as faixas litorâneas, onde está concentrado o grosso da população mundial.
O que fazer? O óbvio: reduzir a emissão desse tal de carbono, ou melhor, dos gases do efeito estufa. Hoje há um tímido, mas crescente, movimento de governos e empresas nesse sentido. Afinal, eles olham para o futuro e percebem: - Meus Deus, se a raça humana acabar, não teremos mais eleitores! Nem para quem vender!
Com esse impulso, coisas bacanas vêm acontecendo. A definição de metas de emissão para a indústria automobilística nos Estados Unidos, por exemplo, é histórica. A busca de fontes renováveis de energia (água, celulose, etanol) para substituir fontes fósseis, como petróleo e carvão, que são responsáveis por grande parte das emissões no planeta, é outro.
E quem não tem como reduzir sua própria emissão? Claro que existem casos em que reduzir a emissão significa, por exemplo, cortar a produção, demitir funcionários. Ninguém quer isso. Criou-se então um mecanismo de créditos de carbono, que podem ser adquiridos como forma de compensar as emissões. É simples: alguém planta árvores que capturam o carbono na atmosfera, e pode vender esse "crédito" para que empresas e países cumpram suas metas de emissão ou de redução das emissões.
Quando você vê um selo "carbon free" ou "carbon neutral", isso quer dizer que aquele produto ou evento neutralizou suas emissões de gases com a compra ou com a geração própria de créditos de carbono. Na Europa, esse tipo de selo já é comum na rotulagem de produtos. Por aqui a coisa está começando, com direito a alguns exageros, como desfiles de escola de samba neutros em carbo.
Alguém pode perguntar: mas poxa, se isso (o aquecimento global) está acontecendo e representa risco para nossa sobrevivência como espécie, por que não estamos todos procurando - e cobrando - a redução imediata dessas emissões de gases?
Bom, esse talvez seja o maior obstáculo que temos pela frente: não vemos os efeitos disso no nosso dia a dia. Há quem diga que alguns eventos climáticos já são causados pelo aquecimento global, mas de certo mesmo só sabemos que há uma elevação das temperaturas médias do planeta e que isso vem afetando as calotas nos pólos, os glaciares e alguns pobres ursos polares.
Para piorar, há até quem duvide do aquecimento global causado pela emissão de gases dos seres humanos. E nem é por maldade. A questão climática é uma das ciências mais desconhecidas e controversas no meio científico.
É hora de pensar a respeito. Nesse debate, o melhor argumento até agora é o mesmo que vale para tudo na vida: na dúvida, pare, veja o que está acontecendo e então se mova.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Termômetro
Parcerias ampliam ações educacionais
Confira a íntegra da coluna publicada na Folha de S. Paulo nessa quarta-feira, 27, em: .
http://www.todospelaeducacao.org.br/Comunicacao.aspx?action=5&mID=3548
http://www.todospelaeducacao.org.br/Comunicacao.aspx?action=5&mID=3547
sábado, 23 de maio de 2009
Salve, Obama!

segunda-feira, 4 de maio de 2009
Empresas não priorizam redução de poluição
"A maior parte das empresas do país ainda não está preparada para lidar com as exigências regulatórias e de mercado que começam a surgir na esteira das preocupações com o aquecimento global, especialmente as ligadas às emissões dos GEE (Gases do Efeito Estufa), como o dióxido de carbono (CO2).
As raras pesquisas locais sobre o tema reforçam essa percepção. Uma delas, produzida pela PricewaterhouseCoopers, em parceria com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), mostrou que somente 17% das empresas brasileiras de grande porte têm inventário de emissões de GEE, apesar de a maioria (96%) considerar os impactos das mudanças climáticas relevantes para seu negócio. Outra pesquisa, da Gartner, apontou que apenas 18% dos empresários locais consideram a questão das emissões em suas decisões estratégicas para os próximos dois anos.
"Espero não estar cometendo uma injustiça, mas posso afirmar que o número de empresas brasileiras que conhecem a realidade de suas emissões, que tenham inventários consistentes, não passa hoje de uma centena", estima Rachel Biderman, coordenadora-adjunta do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-SP. (...)"
Veja a íntegra em: http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=noticia&IDnoticia=150081&IDidioma=1
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Ponto a Ponto
Esse, no entanto, terá várias novidades. A principal delas: a escolha dos temas, ao contrário de todos os relatórios semelhantes feitos até agora, no Brasil e no exterior, será feita pela própria população.
Participem! E incentivem! (é prático e rápido)
www.brasilpontoaponto.org.br
Microcrédito avança, mas não atrai bancos
Em 2008, segundo dados do PNMPO (Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado), do Ministério do Trabalho, o segmento desembolsou R$ 1,8 bilhão para os microempreendedores, aumento de 64% em relação ao volume financeiro de 2007, mesmo com o agravamento da crise a partir de setembro. No período de 2005 a 2008, enquanto o volume de crédito total no país duplicou de tamanho, o do microcrédito triplicou. "
Confira a íntegra da coluna publicada na Folha em 31 de março em:
http://ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=noticia&IDnoticia=147663&IDidioma=1
segunda-feira, 30 de março de 2009
Coisas do Brasil
O objetivo: evitar a destruição causada pelas madereiras na Amazônia, uma vez que a maior parte da madeira ilegal da região é consumida em São Paulo.
Muito bom, muito bacana, não fosse um detalhe: essa já é uma obrigação determinada por lei.
Ou seja, um programa que, além do oba-oba midiático, nada mais faz do que incentivar o mero cumprimento da lei!
Realmente....
segunda-feira, 9 de março de 2009
10 mitos sobre a sustentabilidade

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Demissão se torna dilema para empresa "responsável"
"O atual estágio da crise financeira global, caracterizado pelos efeitos sobre o lado real da economia, vem gerando um novo dilema para as empresas que se denominam socialmente responsáveis: lidar com as demissões coletivas.
O tema é controverso. É socialmente responsável, por exemplo, a empresa que demite seus funcionários apenas para alcançar determinada meta de crescimento nos lucros? E aquela que demite para poder continuar sobrevivendo, garantindo dessa forma emprego e renda dos trabalhadores que ficam?
De um lado, centrais sindicais -e setores do governo no Brasil e no exterior- alegam que, após tantos anos de resultados positivos e crescentes nas empresas, não parece justo que os empregados paguem a conta da crise.
Os empresários, por sua vez, argumentam que demitir é custoso sob todos os aspectos, mas que, em alguns casos, é impossível fazer os ajustes necessários sem esse tipo de medida.
Como pano de fundo, um cenário sombrio para o emprego no mundo. Na previsão mais pessimista, fala-se de até 50 milhões de novos desempregados no planeta até o fim deste ano, desde o agravamento da crise, em setembro passado. No Brasil, demissões coletivas em grandes empresas são cada vez com mais frequentes.
Some-se a isso a importância crescente do tema da responsabilidade social no mundo corporativo e o quanto isso foi alardeado ao público nos últimos anos, via marketing e propaganda. Entre os principais conceitos da responsabilidade social empresarial, está justamente o modo como uma empresa se relaciona com os seus diferentes públicos, entre os quais os seus próprios funcionários. (...) "
Leia a íntegra em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u508657.shtml
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Indicadores de bem-estar ganham força
O ano de 2008 foi um terreno fértil para o avanço de estudos e pesquisas relacionados a indicadores alternativos, sobretudo os ligados ao conceito de desenvolvimento humano, que englobam, além da dimensão econômica, as características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade de vida de uma população.
Entre esses indicadores, vem merecendo especial atenção um índice que surgiu de um trocadilho com o PIB: o FIB (Felicidade Interna Bruta), criado em 1972 pelo governo do Butão, país localizado entre a China e a Índia e conhecido por ser o mais isolado do mundo."
Confira a íntegra da coluna publicada em 30/11/2008 na Folha de S. Paulo no link:
http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=521845