terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O caso da maionese



É difícil falar de sustentabilidade.

Vejam só o caso da maionese: o sujeito adora maionese. Não tem o hábito de incluí-la em sua dieta diariamente, mas adora. Compra sempre o menor pote, afinal a maionese estraga rápido e ele acha aquilo um desperdício de comida. Tem consciência social.

O mesmo sujeito percebe, um dia, que pode comprar maionese em sachês. Uma opção que evita o desperdício que tanto o incomoda e, para sua surpresa, é mais barata. O dinheiro de um único pote equivale a meses de maionese em sachê. Descobre a consciência econômica.

Algum tempo depois, nota que a lata de lixo anda cheia de sachês vazios. Lembra-se de algo relacionado a quantos anos uma bituca de cigarro leva para se decompor no mato. Aquilo deveria ser muito pior. Depara-se com a consciência ambiental.

Confuso, chega a comprar potes pequenos novamente, mas um amigo lhe conta que, para a natureza, jogar maionese fora é muito pior do que jogar sachês. Óleo puro. Um verdadeiro problema ambiental.

Ele volta aos sachês, agora recicláveis, mas seus preços explodiram por conta da enorme demanda por maionese em sachês. Pessoas até deixam de comprar outras coisas para continuar comendo a maionese da embalagem que não agride o meio ambiente. Cria-se um desequilíbrio econômico.

Joga a toalha. Para de comer maionese.

Na fábrica de maionese, começa a tomar forma um problema social...