quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Petrobras fora do ISE

A Petrobras foi excluída da nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, por conta da polêmica envolvendo o teor de enxofre no diesel que produz.

Longe de apontar quem está certo e quem está errado (clique nos links abaixo para saber mais sobre a defesa da estatal e sobre as acusações), é digno de nota o fato de que a notícia não trouxe qualquer impacto às cotações das ações da empresa listadas na Bovespa, que subiram bem nesta quarta-feira.

Ok, há fatores macro que justificam esse comportamento: a Petrobras é quase o Ibovespa, e como ação mais líquida desse mercado ela oscila ao sabor do próprio mercado, não dos fatos da empresa (salvo, claro, descobertas de reservas no fundo do mar e oscilações nos preços internacionais do petróleo).

De qualquer forma, qual será o real impacto da exclusão da estatal do ISE? Arranhão à marca? Essa é uma pergunta que ainda está por ser respondida.

http://sociaiscia.blogspot.com/2008/07/diesel-verso-da-petrobras.html

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/files/ISEbovespa.pdf

Crise e Obama dão impulso a energia limpa

"Entre os raros setores da economia que podem de algum modo se beneficiar com a crise global, nenhum tem merecido tanto destaque quanto o das chamadas energias limpas, caracterizadas pela origem em fontes renováveis (como o vento, o sol ou a água) e pela baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.

"Nova economia energética" e "Green New Deal" são apenas algumas das expressões que surgiram recentemente e que acompanham o entusiasmo com a possibilidade de que as energias limpas, no futuro, possam assumir o lugar hoje ocupado pelo petróleo e pelo carvão como motores da economia mundial."

Confira a íntegra da coluna publicada na Folha no dia 25/11:

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=60128

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Para pensar

É viável pedir a um cidadão que ele deixe de lado alguns dos prazeres mundanos (comprar um carro ou uma TV de plasma, por exemplo) porque isso pode prejudicar o meio ambiente e a vida no planeta? Essa pessoa estará realmente disposta a abrir mão desse conforto para solucionar um problema que ela simplesmente não causou?

O caminho não é esse, argumentou há pouco o genial Fritjof Capra, em entrevista concedida na sala de imprensa do evento Ecopower Conference, em Florianópolis.

A resposta veio na forma de uma lembrança pessoal. "Um dia vim a São Paulo para fazer uma palestra em Cotia e, desde o aeroporto de Guarulhos até lá, andei em média 6 km por hora, devido ao intenso congestionamento dos carros. O que temos de explicar às pessoas é que elas não estão abrindo mão de um conforto pessoal, mas sim de um problema que as afetará diretamente em seu dia-a-dia".

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Exageros

Estavam lá, nos jornais do fim de semana. Eram dois anúncios de vestibular, cada um de uma universidade. Um deles destacava, em letras garrafais, "responsabilidade social". No outro, "responsabilidade ambiental".

Interessado, fui ver do que se tratava. A tal responsabilidade social era, na verdade, a garantia de emprego (estágio) para os melhores colocados no vestibular. Traduzindo, uma troca de interesses que nada, mas nada mesmo, tem a ver com responsabilidade social.

No outro anúncio, pior ainda: fazendo o vestibular a pessoa estava ajudando a "salvar o planeta" (sic), pois cada inscrição correspondia a uma árvore plantada.

Os mais otimistas dizem que esse tipo de exagero, na mídia, é positivo, pois terá o efeito de chamar a atenção das pessoas para o tema. Sei não. Às vezes tenho a impressão de que isso só tira o crédito dessa idéia maravilhosa que é ganhar dinheiro pensando de maneira responsável. Vide, por exemplo, o cansaço das pessoas com esse bombardeamento midiático da sustentabilidade. Tomara que eu esteja errado.